26 abril 2012
na chuva, debaixo do chapéu-de-chuva, é onde desabafo com o vento. Quanto tempo desperdiçado em diversões transformadas em obrigações? Desperdiçado,não sei, talvez. Tantos a dizerem-me o que fazer, o que devo fazer, quem devo ouvir, e a quem devo recorrer para não falhar. Penso se falhar já não será bom, não será um alívio, será sinal de que tudo terá acabado, mas acabado num falhanço? Ou um falhanço que irá ter acabado de uma vez por todas?
Porque é que devo seguir os teus passos? Os passos supostamente correctos?Se eu falhar , não irá provar que tu estavas certa, e que agora tens-me na tua moral para me julgares? O meu falhanço é motivo do teu orgulho? O meu talento é motivo de sermão?
Não. O meu orgulho, o meu empenho, a minha dedicação. Eu dito quanto é o meu máximo, e o meu mínimo. Eu digo quando acabou, e eu, e só eu, posso dizer se falhei, ou não. Tu não me ditas a verdade, mas eu sim.
Apenas eu me posso deitar abaixo, e aí, nem os teus conselhos ou julgamentos me farão levantar do chão. Porque foi graças a eles que caí.
Quando o coração me dói, a culpa é daqueles que mo fizeram doer. Quando choro, com a impressão de que se alguém me vir poderá pensar que estou a dramatizar, é a ti que culpo.
Como o fogo que me mata quando estou cansada, e me cria a culpa na minha consciência de que poderei ter falhado contigo.
De que me serves agora, agora que já me julgas-te, me puses-te um rótulo medíocre, que estou no chão, a olhar para ti, implorando.
IMPLORANDO de que me perdoes, e as promessas que te digo, que não se irá repetir tal queda. Do chão te peço, de joelhos, quase acreditando Nele, que só tu me podes ajudar, mas sabendo ao mesmo tempo que foste TU, quem tudo criou e mal-tratou em mim.
Culpo-te, a ti.
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